A Universidade de Málaga cancelamento de um evento que se propunha tratar o autismo com pseudociencias

Os organizadores garantem que receberam confirmação por parte do centro, enquanto que a partir da universidade argumentam que a dias ainda não eram aceitas

Kinesiology quântica, biorresonancia, biomagnetismo, florais de Bach ou desparasitação. É o rosário de pseudociencias que propunha o ‘I Encontro sobre Autismo: ouça-me do silêncio’ para tratar essa doença. O evento, de acordo com o cartaz promocional, estava programado para o dia 14 e 15 de outubro na aula magna da Faculdade de Direito da Universidade de Málaga.
Desde a universidade que garantem que o encontro nunca foi formalmente previsto e que decidiram que não se realizará. Sim indicam que receberam a solicitação de aluguer da sala de aula magna e o pagamento, por parte do organizador, o Centro Lycaena, mas que, uma vez analisado o conteúdo de este será rejeitado. “Não está em sintonia com os objetivos acadêmicos da universidade”, assinalam a Quo a partir da Universidade de Málaga, onde também afirmam os organizadores fizeram o cartaz “assumindo que lhes ia dizer que sim”, apesar de que não tinham confirmação.
A entidade organizadora, o Centro Lycaena, garante que recebeu a confirmação formal da reserva do espaço por parte da Universidade de Málaga, o que contrasta com a versão oferecida pelo centro docente. A responsável pelo evento, Ana Ferreiro, também aponta para esta revista que, dado o hype gerado na Internet a raiz do mesmo decidiu transferir o encontro para uma localização externa à universidade. “Como eu não quero causar problemas para cancelar o evento, eu já tenho outro site”, comenta ao telefone.
O encontro, que era o autismo a partir da charlatanismo, levantou um certo alvoroço nas redes sociais como o Twitter desde o final da semana passada. As entradas seguem à venda pela Internet por 75 euros (90, se comprados em setembro) para a modalidade presencial e por 45 se optaba por seguir o encontro por streaming. Este meio também foi colocado em contato com a associação Autismo Málaga, que, por meio de sua psicóloga, Carlos Moreno, sublinhou que o seu trabalho se baseia em “terapias avalizadas pelo método científico”.
Não é a primeira vez que a Universidade de Málaga está envolvida em polêmica sobre pseudociencias. Há pouco mais de um ano, o centro cancelou um congresso que propunha abordar o câncer desde a medicina antroposófica e a bioneuroemoción, a raiz da polêmica gerada.
A Universidade de Málaga cancelamento de um evento que se propunha tratar o autismo com pseudociencias